17.6.11

Época Portuguesa revista pela UEFA

A primeira época de André Villas-Boas como treinador do FC Porto revelou-se inesquecível, ao sagrar-se campeão sem derrotas e conquistar a UEFA Europa League e a Taça de Portugal.

Época em revista: Portugal
  André Villas-Boas teve uma época de sonho na estreia ao comando do FC Porto ©Getty Images

     

Época em revista: Portugal

A primeira época de André Villas-Boas como treinador do FC Porto revelou-se inesquecível, ao sagrar-se campeão sem derrotas e conquistar a UEFA Europa League e a Taça de Portugal.
Quatro troféus conquistados na mesma época – SuperTaça portuguesa, Liga, UEFA Europa League e Taça de Portugal, por ordem cronológica – proporcionaram a André Villas-Boas, o treinador mais jovem de sempre do FC Porto, aos 32 anos, quando foi apresentado em Junho de 2010 – uma estreia de sonho à frente dos “dragões”, isto após somente 23 jogos na Académica. A vitória na final da UEFA Europa League 100 por cento lusitana frente ao Sp. Braga constituiu talvez o feito mais sonante, mas a maneira impressionante como o FC Porto dominou a temporada a nível interno irá certamente perdurar na história.

Campeão: FC Porto
Os influentes Bruno Alves e Raul Meireles rumaram respectivamente ao FC Zenit St Petersburg e ao Liverpool FC antes do início da temporada, mas isso pareceu não ter tido efeito nefasto na equipa “azul-e-branca”. Depois de ter arrecadado na SuperTaça em Agosto, mercê da vitória de 2-0 frente ao Benfica, principal rival e detentor do título, a goleada de 5-0 aplicada em Novembro ao mesmo adversário no Estádio do Dragão deu o tom relativamente ao resto da campanha. O conjunto de Villas-Boas confirmou a reconquista do campeonato a cinco jornadas do fim, ao bater os “encarnados” por 2-1, em Lisboa, terminando a prova com 21 pontos de vantagem – a maior margem de sempre desde que a vitória vale três pontos. Ao ganhar 27 jogos e empatar apenas três, o FC Porto tornou-se na segunda formação, após o Benfica em 1972/73, a sagrar-se campeã sem perder qualquer partida, tendo marcado em todas as 30 jornadas. "Os nossos resultados falam por si”, salientou Helton, guarda-redes e capitão de equipa.

Final da Taça: Guimarães 2-6 FC Porto
Quatro dias após conquistar a UEFA Europa League ao derrotar o Braga, por 1-0, em Dublin, o FC Porto de Villas-Boas igualou o feito conseguido por Tomislav Ivić em 1987/88 ao ganhar o quarto troféu da temporada (e melhor ainda do que José Mourinho em 2003: triunfos na Liga, Taça e Taça UEFA), naquele que constituiu o terceiro triunfo seguido na Taça de Portugal. O Guimarães empatou por duas vezes na etapa inicial, mas o penalty de Edgar defendido por Beto, titular na baliza no lugar do habitual titular Helton, no final da primeira parte revelou-se decisivo, numa altura em que o resultado apresentava 4-2 favorável aos “dragões”. Isto porque imediatamente a seguir, e ainda antes do intervalo, James Rodríguez aumentou a vantagem da sua equipa, tendo depois completado o “hat-trick” no segundo período. "Em vez de 4-3 ficou 5-2 e o jogo terminou aí", reconheceu Villas-Boas, membro da equipa técnica de José Mourinho no FC Porto, Chelsea FC e FC Internazionale Milano. "É uma sensação óptima para todos."

Lugares europeus*
FC Porto – Fase de grupos da UEFA Champions League
Benfica – Terceira pré-eliminatória da UEFA Champions League
Sporting – “Play-off” da UEFA Europa League
Braga – “Play-off” da UEFA Europa League
Guimarães – Terceira pré-eliminatória da UEFA Europa League
Nacional – Segunda pré-eliminatória da UEFA Europa League
*Sujeitos a confirmação final por parte da UEFA

Jogador do ano: Hulk (FC Porto)
Radamel Falcao foi o herói do FC Porto na UEFA Europa League, mas Hulk mostrou-se fundamental no arranque do campeonato e da temporada, nomeadamente ao apontar 16 golos nos primeiros 17 jogos realizados em todas as competições. Com o meio-campo reforçado por João Moutinho, a fazer valer bem os 11 milhões de euros pagos ao Sporting, Falcao e Hulk marcaram 70 tentos entre si em todas as provas durante 2010/11. Perigo constante devido às corridas estonteantes e à presença física, Hulk assinou 23 golos no campeonato (embora oito dos quais de penalty), incluíndo dois no referido triunfo de 5-0 sobre o Benfica em Novembro e o tento da vitória frente ao mesmo oponente no Estádio da Luz, em inícios de Abril, desfecho com que o FC Porto garantiu o título.

Jogador a seguir: James Rodríguez (FC Porto)
O FC Porto pagou 5,1 milhões de euros por 70 por cento do passe do prodígio da Colômbia no Verão passado, oriundo do CA Banfield e que assinou por quarto temporadas. O jovem de 19 anos estreou-se apenas em Outubro e precisou somente de 15 partidas na Liga, além de nove na UEFA Europa League e outras seis na Taça (entre 32 oficiais no total), para impressionar os adeptos e o clube da Cidade Invicta. Autor de um golo e quatro assistências na caminhada vitoriosa dos portistas na Europa (terceiro do ranking nesse particular), James terminou a época em alta ao festejar três remates certeiros na final da Taça frente ao Guimarães. O FC Porto não perdeu tempo e, após adquirir os restantes 30 por cento dos direitos desportivos do atleta na véspera da final de Dublin, prolongou-lhe o vínculo a meio de Junho por mais dois anos, até 2016, cuja cláusula de rescisão é de 45 milhões de euros.

Equipa-supresa: Paços de Ferreira
Modesto e consistente, o Paços de Ferreira foi a única equipa a conseguir tirar pontos ao FC Porto esta época no Estádio do Dragão em jogos do campeonato. Apesar de ter perdido a final da Taça da Liga frente ao Benfica, por 2-1, Rui Vitória teve motivos mais do que suficientes para ficar orgulhoso na época de estreia como treinador na Liga portuguesa e no comando da equipa. O Paços caiu do quarto para o sétimo lugar na parte final do campeonato, mas, ainda assim, revelou-se uma das equipas mais interessantes da prova e a mescla de juventude e irreverência proporcionada pelo avançado Pizzi – autor de um “hat-trick” no 3-3 do Dragão  – com a experiência de jogadores como os médios Maykon, André Leão e Manuel José ajudaram o técnico de 41 anos a renovar o contrato com o clube até 2013.

Melhor marcador: Hulk, FC Porto (23)

Número: 16
O FC Porto venceu 16 jogos seguidos no campeonato entre 6 de Dezembro e 1 de Maio, a melhor sequência desde que a vitória vale três pontos. O máximo de 23, fixado em 1972/73, continua a pertencer ao Benfica.

Despromovidos: Portimonense, Naval
Promovidos: Gil Vicente, Feirense

Citação
"Se calhar, para muitos vocês, cheira a imitação e a clone, e eu refuto completamente tudo isso. Penso que sou mais clone de Bobby Robson do que de José Mourinho. Tenho descendência inglesa, nariz grande, gosto de beber vinho."
André Villas-Boas refuta comparações com o seu antigo mentor José Mourinho na apresentação como novo treinador do FC Porto.

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