Tinha 2 posts meio cozinhados, que entretanto não acabei a tempo e aproveito para os resumir e publicar hoje, dia em que também abordo algo que pouco nos deveria dizer mas que é "sensível" no Dragão.
Santa Casa da Misericórdia de Braga e a alergia ao 611
Já se antevia a saída de Ukra, face aos recentes acontecimentos e declarações em seu torno e ao desfecho da situação do seu "maninho" Castro, outro produto da formação que foi preterido e emprestado.
São 2 casos que nos intrigam e desanimam (uns mais do que outros).
Produtos da formação, jovens Internacionais, com boas provas dadas por exemplo nas Selecções e em Olhão na temporada passada...foi-lhes concedido um lugar no plantel e com um novo treinador muitos acreditaram que teriam a sua oportunidade e anteviam um futuro risonho aos 2 no clube.
A Castro incrivelmente foram-lhe concedidas muito poucas oportunidades, exactamente 105 minutos, divididos em 6 jogos oficiais em que entrou como suplente. Dá uma média de 17 minutos e meio por aparição, sempre na condição de suplente e em jogos menores, isto não é dar uma oportunidade a um jogador. Jogador que é da formação, Portista e Portuense e que transporta a mística no sangue, jogador raçudo e aplicado, daqueles que ninguém vê e julgo que não verá nunca ser colocado em causa o potencial, a dedicação e o profissionalismo. Para servir de comparação o Souza (sim, o Souza!!!) mereceu até ao momento 539 minutos em jogos oficiais, tendo entrado em 4 partidas na condição de titular, acho que isto diz muito ou por outro lado...diz tudo.
Chegamos ao Ukra, extremo a quem também lhe é reconhecido um enorme potencial, formado na casa e que parece ter tido o azar de não ter passaporte Argentino.
Dá a sensação que Ukra teve muito mais espaço do que Castro, não se iludam muito, aparecer mais vezes nos convocados não lhe serviu para muito mais do que dormir mais umas noites fora de casa talvez.
Apesar disso tem quase o dobro da utilização de Castro, exactamente 187 minutos, distribuídos por 7 jogos oficiais, o que dá uma média de 26 minutos e meio por utilização. Ukra foi utilizado 2 vezes a titular, mas tenhamos em conta que...numa delas saiu aos 5 minutos de jogo...e a outra foi em Moreira de Cónegos...onde toda a equipa se apresentou a baixo nível (desmoralizados pelo adversário e competição) e aí Ukra pouco mais de metade do tempo de jogo teve direito. Olhando para isto como é possível sentir confiança e como é possível conseguir mostrar serviço? Torna-se muito complicado para alguém que não seja um super-herói espontâneo.
Ficamos com um jogador que tem uma empatia do género "mantorras" com parte dos adeptos mas uma relação mais complicada com a modalidade e a bola, que esteve no estaleiro meio ano e que salvo algum milagre irá sair do clube no final da época. É preferível tê-lo do que ficar e dar confiança a um produto talentoso das nossas escolas? Parece que sim.
Cheguemos a Braga. Qual Santa Casa da Misericórdia, o FC Porto não se cansa de ajudar o Braga, o ano passado até os reforçamos gratuitamente em Janeiro para ficarem à nossa frente no fim da época!
Estou farto destas oferendas, das quais não vejo nada de palpável em troca, temos saído bem a perder desta "relação" entre transferências.
O Braga, à excepção de um empréstimo de um "acabado" Madrid, vendeu-nos ou quis vender-nos sempre a preços exorbitantes os jogadores em que tínhamos interesse. Podemos começar pelo interesse no Madrid quando este ainda dava nas vistas (lembram-se dos valores pedidos?) ou acabar na contratação milionária de um avançado que tinha como registo um hat-trick num jogo de sub-21 e que nem no Braga jogava muito. Esse avançado anda por aí emprestado, coleccionando lesões e auferindo com certeza mais um belo salário, dificilmente o veremos de azul e branco novamente.
E depois, decide-se emprestar, ao Braga...por ano e meio? Isto é dizer o quê ao jogador, adeptos e Braga? Que para aqui já não conta muito...é o que salta logo à vista.
O mesmo Salvador, a quem elogio a gestão do seu clube, que é dado como Portista e aliado...é também parceiro dos inimigos quando lhe dá jeito. No mundo do futebol e nas empreitadas. Os negócios com o Luis Filipe lá de baixo estão bem denunciados publicamente. Não me agrada nada. Nem o clube de Braga, nem as oferendas das quais não retiramos nada de valor, nada de palpável.
Com tudo isto fica ainda mais clara a aposta na formação e no 611 (estará já na gaveta?).
Cristian Rodríguez
Cristian Rodríguez é um caso muito especial no plantel do FC Porto.
Fui contra a sua contratação, não por não lhe reconhecer a qualidade e potencial, mas por achar que os valores a pagar pela transferência e pelo ordenado eram um exagero a evitar e que poderia trazer consequências negativas. Essas consequências sentiram-se desde logo no balneário, com os principais jogadores do plantel a invejarem e exigirem os valores oferecidos ao então novo reforço "bomba", algo que seria previsível.
No entanto a direcção não olhou a números nesta batalha que travou com o eterno rival, o jogador é um internacional de qualidade e criou desde logo grandes laços de empatia com a massa adepta do FC Porto, que ainda se mantém apesar de tudo. A direcção esperava de facto muito deste investimento, além da ferida aberta no inimigo, só que o risco também era elevado à partida.
Este é o percurso de Cristian no FC Porto, como é fácil de constatar tem vindo numa curva descendente, foi decisivo e importante em 2008/09 onde nos sagramos Tetracampeões e fomos aos quartos de final da Champions, contabilizou 3097 minutos em 41 jogos (38 como titular) e nessa temporada apontou 7 golos (6 na Liga e 1 na Champions).
Em 2009/2010 contabiliza praticamente metade dos minutos da época anterior, participou em 26 jogos (apenas 16 na condição de titular), apesar de ter sido o titularíssimo por exemplo durante a campanha da Champions. Este foi um péssimo ano para Rodríguez. Um acumular de lesões foram-no retirando da equipa e retirando-lhe também muita confiança e estabilidade emocional, entretanto a sua ausência foi aproveitada por exemplo por Varela que foi conquistando o seu espaço na equipa, o ano acabaria ainda com a ausência do Mundial por um "estúpido" castigo. Mundial em que o Uruguai fez história e onde ele teria sido carta importante e tanto ele como o próprio FC Porto ainda hoje devem lamentar essa ausência...de forma acentuada.
A partir daqui ficamos todos sem perceber muito bem qual o espaço de Rodriguez na equipa, qual a sua resposta perante o cenário actual e a postura também do clube, perante o mesmo.
Rodríguez ficou, perdeu a condição de titular à partida, mas manteve o seu espaço e foi-lhe dada a titularidade na Liga Europa como sinal de confiança e oportunidade para ressurgir. É aí que conta grande parte dos minutos somados esta temporada, já que na Liga Zon os números são pobres, uma única presença como titular em menos de 200 minutos de competição na prova mais importante para o clube.
As lesões sucedem-se. O episódio da expulsão na Liga Europa foi uma imagem clara de que o jogador está longe de se sentir bem, o clube tem de gerir tudo com pinças, pois é um caso complicado de gerir.
Rodríguez tem 25 anos, é novo, é um Internacional de categoria. Tem experiência, é raçudo e mantém uma clara empatia com a massa adepta.
É demasiado óbvio que o clube tentou colocá-lo no mercado, a coisa não correu bem, pois agora eu acho que um erro crasso seria "oferecer" ou despachar "à pressa" um jogador que nos custou os "olhos da cara" e que tem de ser "reabilitado".
Na minha opinião a opção passa por uma reabilitação total e plena do jogador no FC Porto, sem pressa dê-se toda a confiança ao jogador e as condições para recuperar plenamente dos problemas que o têm afectado.
Rodríguez poderá voltar a ser um reforço importante para a equipa!!!
Fernanda Menezes
Não esperava falar desta menina aqui e espero sinceramente não ter de voltar a falar. Mas uma vez mais tem-me incomodado a presença cada vez mais notória desta nova conquista na vida do clube, hoje vi-a sentada com o filho (suponho) ao colo na cadeira atrás de Pinto da Costa em plena tribuna presidencial.
Pinto da Costa que faça o que quiser da sua vida privada, em relação à sua agitada vida amorosa, infelizmente as misturas que fez entre as relações e o clube trouxeram-nos problemas graves e profundos. Ao que sei Pinto da Costa ainda não se divorciou da senhora Filomena, que anteriormente se havia aliado também a Vieira e que no casamento de regresso entrou directamente no nosso clube para uma posição de prestígio, eu sei que é um tema sensível para muitos e que é tabú para muitos mais "chamar a atenção" do Presidente. A mim incomoda-me, simplesmente porque já fui obrigado a sofrer por erros passados, no mínimo exigia-se cautela e separação de águas. Tenho dito.
Um grande abraço a todos.